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A vendedora Thamires Souza, de 23 anos, relatou a O Globo ter sido tão dopada pelo médico anestesista, preso em flagrante suspeito de estuprar grávida em parto no último domingo (10), que não conseguiu assistir o nascimento de um dos seus bebês, que morreu um dia depois.
No último dia 5, a paciente, que estava grávida de gêmeos, foi ao Hospital da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti, para dar à luz aos filhos. Um dos bebês nasceu de parto normal, no entanto, no dia seguinte, ela precisou fazer uma cesariana para o nascimento do seu outro filho.
Segundo Souza, o anestesista da cirurgia foi o médico, preso e autuado em flagrante, na noite deste domingo (10), por estupro.
Na última segunda-feira (11), Thamires registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti contra o médico. De acordo com a família, a paciente saiu da sala de parto com o rosto branco, e acredita que se tratava de sêmen que pode ser do médico.
“O meu primeiro filho nasceu normal e foi bem tranquilo. Quando era para o segundo bebê nascer, eles disseram que não tinha condições de ele nascer de parto normal e teria que ser cesária. Eles disseram que a gente corria risco de vida”, contou.
Segundo a mulher, ela foi levada para uma outra sala e “os funcionários ficaram desesperados. Pelo tempo de demora, eles ligaram para o anestesista, esse monstro, para que ele viesse me dar a anestesia. Isso já era mais de 1h do dia 6. Eu fiquei sentido dor e eles disseram que o bebê não nasceria. Ele veio, me deu uma RAC na coluna e um remédio no braço. Em seguida, comecei a sentir muito sono. Ele sempre atrás da minha cabeça, com o pano, e eles tentando achar a criança. Ninguém achava a criança. Eles me cortaram de todas as formas”.
A vendedora ainda declarou que ela chegou a dizer para o médico que estava com muito sono e perguntou se era normal. “Eu não queria dormir. Queria ver o meu bebê nascer. Queria saber se ele nasceria vivo ou morto”.
A mãe desabafou que o médico dizia para ela ficar tranquila e tentava acalmá-la.“Ele disse que eu poderia dormir, ficar calma que era assim mesmo e que eu poderia ficar tranquila. Eu não queria dormir. Infelizmente, eu vi meu filho sair da barriga e não cheguei a pegá-lo no colo. Eu não pude pegar meu filho no colo antes de ele falecer. Só acordei horas depois sem saber o que tinha acontecido. Não tive o privilégio de pegar o meu bebê antes de ele falecer. Eu não sei o rosto do meu filho. Só conheço o meu filho por foto. Eu estava dopada por esse monstro”.
Ainda no relato, a vendedora explicou que queria muito ver o filho nascer, mas não conseguiu por conta do sono excessivo. “Eu tentei me controlar ao máximo para ver o meu filho. Eu lembro de tudo do primeiro parto. Ele me ajudava e chegou até impedir meu esposo de me acompanhar. Esse médico mandou meu marido sair do centro cirúrgico”.
Sobre o rosto sujo após a cirurgia, a mãe de Thamires, Rozangela Souza Reis, de 45 anos, notou algo estranho e ainda pediu para que fosse limpo com um lenço umedecido. Até que Rozangela viu a prisão do médico e disse que a filha também foi vítima.
“Até pensei que fosse um medicamento que eles tinham colocado no rosto dela. A minha filha estava toda mole, sonolenta. A irmã a limpou. Eu estava focada nas crianças. A minha filha estava tão dopada que, no dia seguinte, não podia comer. Esse cara disse que era tudo normal. Ele é um criminoso”.
Além da alta dosagem de anestesia, Thamires declarou que não sabe o que ele pode ter feito com ela durante o parto. “A minha família diz que eu estava com o rosto branco. Ele pode ter feito algo comigo e eu não sei”.
O marido da vendedora também relatou que foi impedido de assistir a cesariana e que só acompanhou o parto do primeiro filho.
“O médico disse que o segundo seria cesariana. Eu fui para uma sala colocar uma roupa. Entrei na metade da cesariana. Fiquei apenas dois minutos. O anestesista me mandou sair. Ele não alegou nada. Só consegui ver meu filho na sala de incubadora. Não sabia o que estava acontecendo. Não briguei porque achei que era um procedimento normal. Eles estavam muito nervosos porque não achavam a criança. Mas horas depois soube que a minha esposa estava com alguma coisa branca no rosto”, declarou o empreiteiro Wagner Pena Sarmento, de 39 anos.
Wagner ainda ressaltou que viu o médico na televisão e questionou à esposa se foi ele quem havia dado a anestesia nela.
“ Falei: “olha lá, não é o Giovanni?”. No dia após a cirurgia, ele ainda me aconselhou a processar o hospital porque não poderia fazer uma cirurgia sem uma ultrassonografia. Essa é uma sensação de revolta. Você coloca sua esposa num hospital achando que é seguro e não é. Só estamos aqui para que outras pessoas o denunciem. Eu estou revoltado. Você nunca imagina que sua esposa será estuprada numa mesa de cirurgia. Ele é um monstro”, declarou.
Fonte: Bahia.Ba
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